Além do turismo religioso Israel tem lugares incríveis como o Mar Morto, a Fortaleza da Masada, Deserto de Naguev, Eilat no mar Vermelho e a cosmopolita Tel Aviv.
Depois da viagem de 12 dias em Israel e na Jordânia, os amigos Ricardo Murta e José Roberto Prata decidiram compartilhar essa experiência em um post especial para os leitores do Tudo Viagem. Você terá as melhores dicas de passeios, informações sobre o transporte, dicas de segurança e dos hábitos dos moradores desta região.
Logo na chegada fomos recepcionados com um deslumbre arquitetônico e de estonteante beleza que é o aeroporto Bem Gurion em Tel Aviv, mas também o processo de imigração pode ser um pouco chato em razão da intensa segurança praticada em Israel. Brasileiros não necessitam de visto para entrar em Israel e em vez de um carimbo no passaporte as autoridades de imigração nos fornecem um visto em papel separado.
Isso facilitará as suas entradas futuras em países que não tem relações diplomáticas com Israel. Israel para o turista é muito seguro, embora é comum passar em revista em detectores de metal para entrar em estações de trem, shoppings, rodoviárias, mas não se assustem em perceber uma forte presença bélica, pois se deve levar em consideração a complexidade histórica, religiosa e geopolítica do país.
Língua
Em Israel a língua oficial é o hebraico e na Jordânia é o árabe. Para o turista que fala inglês não vai ter dificuldade pois em Israel a maioria fala inglês e na Jordânia também nos pontos turísticos mais importantes. As pessoas geralmente são bem receptivas e prontas para nos ajudar e dar informações.
Transporte
É muito fácil se locomover no país, seja de ônibus ou trem. Mas fique atento ao Shabat Shalom que significa “Sábado de Paz”. O período do Shabbat começa ao pôr do sol de sexta-feira e termina ao pôr do sol de sábado. Durante esse período o país literalmente para. E caso esteja chegando neste período vai ter que pegar um táxi caso não tenha um transfer. Se alugar um carro, o país tem excelentes rodovias.
Moeda:
A moeda em Israel é o Shekel (NIS em português ou ILS em inglês). Leve dólar ou leve euro se for visitar algum país da Europa. Na Jordânia a moeda é o Dinar Jordaniano (JD).
Além do turismo religioso Israel tem lugares incríveis como o Mar Morto, a Fortaleza da Masada, Deserto de Naguev, Eilat no mar Vermelho e a cosmopolita Tel Aviv.
Chegamos inicialmente em Tel Aviv e de lá fomos de ônibus para Eilat, um luxuoso balneário no extremo sul de Israel no mar Vermelho, dentre as atrações há praias e mergulhos.
Jordânia
Atravessamos a fronteira de Israel em Eilat para a Jordânia. Já em Aqaba, depois do almoço tipicamente árabe, fomos para o deserto de Wadi Rum. O país possui várias atrações, mas focamos em duas: o deserto de Wadi Rum e Petra.
O deserto de Wadi Rum é de um tom avermelhado deslumbrante, cenário de Perdidos em Marte e Lawrence da Arábia. Um lugar único de tirar o fôlego e que nos arremete a sensação de estar num outro planeta. No acampamento beduíno o jantar é exótico, o céu é o mais estrelado, o narguilé e a música instrumental ao vivo nos faz sentir em uma atmosfera muito especial. Os passeios de pick up 4X4 nas areias do deserto e de andar de camelo com o pôr do sol é simplesmente fantástico.
Já Petra é uma cidade arqueológica esculpida em rocha do antigo povo nabateu e que foi uma importante rota comercial e sede de uma sofisticada cultura para a época. À medida que adentramos à cidade por entre os rochedos vamos nos surpreendendo com a descoberta de suas belezas, como a “Câmara do Tesouro”, que é um templo encravado na rocha. Ao explorar a cidade muitas surpresas vão sendo reveladas.
Da Jordânia voltamos a Tel Aviv e iniciamos um passeio pelos principais sítios históricos e religiosos dos quais visitamos: Jafa, cidade portuária de mais de 3 mil anos vizinha a Tel Aviv. Cesária, preserva as ruinas do império romano. Haifa com uma espetacular beleza dos jardins Bahai. Acre: impressionante conhecer a base dos cruzados. Nazaré: conhecer a basílica da anunciação e ver diversas representações de nossa senhora de vários países e a carpintaria de José foi comovente.
Na região do mar da Galileia nos hospedamos em Tiberíades. Foi emocionante fazer o passeio de barco como na época de Jesus. Visitamos o Monte Tabor onde ocorreu a transfiguração de cristo, Tabgha, local da multiplicação dos pães e peixes. Monte das Bem-aventuranças onde Jesus proferiu o sermão da montanha. Magdala, cidade onde Maria Madalena nasceu. Cafarnaum, cidade bíblica onde Jesus também viveu e ensinou. Safed, cidade mística sede mundial da cabala. Yerdenit, local do batismo no Rio Jordão.
Do mar da Galileia, seguimos para Jerusalém, passando pelas plantações às margens do rio Jordão e por Jericó, uma das cidades mais antiga do mundo. Bem próxima à Jerusalém fica em Belém a basílica da Natividade, segundo local mais visitado na Terra Santa. É um grande complexo formado pela Basílica de Santa Catarina, Igrejas Armênia Ortodoxa, Mesquita do Califa Omar, Gruta do Leite etc. O ponto alto foi visitar a manjedoura onde Jesus nasceu.
Masada e Mar Morto
No dia seguinte fomos de Jerusalém para a fortaleza de Masada, construída pelo rei Herodes. Lugar impressionante pela arquitetura ousada para os padrões da época, pela beleza cênica e principalmente pela sua importante história para o povo judeu. O lugar serviu de refúgio para um grupo de judeus quando Jerusalém foi tomada e o segundo templo foi destruído por volta de 70 pelos romanos.
Os romanos após um longo tempo e duras tentativas conseguiram penetrar em Masada, mas o que encontraram foi um cenário de um suicídio coletivo e prova disso foram as provisões deixadas expostas. Os judeus preferiram a morte à escravidão. Atualmente Masada é onde os soldados israelenses juram obediência à bandeira e bradam a metáfora de Masada à situação geopolítica atual do país: “Masada nunca mais cairá”.
De Masada foi hora de refrescar nas salgadas águas do mar morto. Muito legal boiar. Um mar único a 400 metros abaixo do nível do mar e com uma altíssima concentração de sal. Experimentar o conforto de boiar observando as montanhas de Moab na Jordânia e o deserto da Judéia é sem dúvida uma deliciosa e privilegiada sensação.
Jerusalém
Cidade sagrada para as três religiões monoteístas do mundo, Judaísmo, Islamismo e Cristianismo, Jerusalém é um caldeirão de cultura, povos de diferentes credos e etnias que convivem juntos, embora a sua importância para a fé tem feito local de conflitos e guerras que acontecem até os dias atuais. A nossa primeira vista da cidade foi do monte das Oliveiras em que é possível avistar a esplanada das mesquitas com uma fabulosa vista do domo dourado, local onde foi o 1º e 2º templos, as muralhas e os cemitérios muçulmano e judeu. Em seguida visitamos o jardim de Getsêmani e igreja de Todas as Nações.
Misteriosa e enigmática tornou-se centro de peregrinação de fiéis de todo o mundo e de várias religiões. Por isso, é fascinante estar em meio de suas ruelas com peregrinos fazendo o trajeto da Via Dolorosa, sentindo os cheiros das especiarias, comidas, doces, apreciando os artesanatos e bugigangas, ouvindo os gritos dos vendedores, vendo os muçulmanos em suas lojas fazendo as orações no momento da reza, desviando dos judeus ortodoxos sempre apressados, dos carrinhos de mercadorias disputando espaço e observando os rostos de pessoas de todo o mundo é como fazer parte da história marcante da vida da frenética Jerusalém.
Visitamos o Cenáculo, local da última ceia, o túmulo do rei Davi e em seguida fizemos o trajeto da via Dolorosa cujas últimas estações estão no Santo Sepulcro, local mais visitado na Terra Santa. Hoje, a Basílica é dividida entre 5 igrejas: a Católica Romana, Ortodoxa, Armênia, Ortodoxa Copta, Ortodoxa Siríaca e Ortodoxa Etíope. Também é um local que estimula a emoção pela história e pela suntuosidade do templo.
Outro impressionante local sagrado é o Muro das Lamentações que é de grande importância para o povo judeu. E diante de toda a história do povo judeu somos tomados pela emoção. Outros lugares que visitamos foram o museu de Israel onde estão os manuscritos do mar morto e maquete de como era Jerusalém da época de Jesus. E também o museu do holocausto.
A Terra Santa é riquíssima em cultura e história e esse foi o nosso relato de uma insólita experiência nesta sagrada cidade e em toda a Terra Santa. Espero que você ao viajar a Israel e Jordânia possa também usufruir intensamente de seus encantos.
Como foi a viagem
A viagem foi pela Ethiopian Airlines de São Paulo com uma conexão em Adis Abeba. 3.100 reais ida e volta preço promocional. Nós compramos os passeios terrestres da operadora Genises Tour pela agência Mytour. A viagem à Jordânia foi pela Mantis Tour, de Israel (comprei pela internet).
Acesse aqui o site da Genesis Tour
Texto de Ricardo Murta
Fotos de José Roberto Prata
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