Estudo prevê falência de 10% dos hotéis e 30% dos restaurantes no Brasil em função do coronavírus

Estudos da JP Morgan mostram que o setor de restaurantes tem menos fôlego pra aguentar a crise, entre todas as atividades econômicas.

O setor de turismo e viagens será um dos mais afetados por causa da crise causada pelo coronavírus. A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) estima a falência de 10% dos hotéis, enquanto a Confederação Nacional do Turismo (CNTur) estima que 30% dos restaurantes e similares em toda a rede brasileira não suportarão a falta de clientes.

Segundo a projeção das duas entidades, cerca de 200 mil estabelecimentos vão fechar as portas, gerando uma onda maciça de desemprego num curto espaço de tempo. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) concluiu que no mês de março foram R$ 11,96 bilhões em perdas de receita, uma queda de 84% em relação ao mesmo período de 2019.

Campanha lançada pelo Ministério do Turismo incentivando o viajante a remarcar a viagem em vez de pedir o reembolso.

Sem dinheiro em caixa

O grande problema é que restaurantes possuem pouco capital de giro, por ser atividade de alto custo e com margem de lucro baixa. Estudos da JP Morgan mostram que o setor tem menos fôlego pra aguentar a crise, entre todas as atividades econômicas. O documento mostra que setor aguentaria 16 dias fechado, ou seja, já entrou num colapso de vendas, com queda de faturamento de 90%.

Frase 1…..

“Um ponto comercial precisa ser num lugar bem visível, com um valor aluguel extremamente caro. A atividade também exige muitos funcionários e, além disso, temos uma alta carga de imposto sob os ombros da categoria. É impossível ficar um mês parado, sem faturar. Os números são tristes, mas teremos, só na cidade de São Paulo, mais de 20 mil pedidos de falência. Uma situação que irá demorar anos para revertermos”.

Wilson Luiz Pinto, Secretário Geral da CNTur

Fechamento de 3 mil estabelecimentos

Mais de três mil hotéis e pousadas fechem as portas, durante essa crise, pelo alto custo de manutenção e funcionamento desse tipo de estabelecimento, segundo Alexandre Sampaio, presidente da FBHA.  Segundo ele, o setor foi um dos primeiros a sofrer com a pandemia e será o último a voltar à atividade normal.

Sampaio acredita que deve haver uma concorrência predatória prejudicial, pela ânsia de fazer caixa, e que somente um aporte do Governo Federal pode reduzir os danos. diárias serão mais baixas e alguns estabelecimentos podem até cobrar valores que não cobrirão nem mesmo seus custos operacionais,

Taxa de desemprego

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), que representa mais de quatro milhões de trabalhadores do setor,  afirma que busca aditamento das convenções coletivas para tentar reduzir a onda de demissões nessa crise econômica, contando com o auxílio do Governo Federal para completar a renda da categoria.

Frase 2…

 “Mudanças no Código de Defesa do Consumidor para que não tenhamos um reembolso maciço de cancelamento de viagens, linhas de crédito e outras medidas vem sendo construídas e monitoradas ao longo do tempo. Ainda pensamos na possibilidade de investirmos 500 milhões de reais na promoção do Brasil no exterior e estimulando turismo doméstico. Nosso corpo técnico é enxuto, mas estamos trabalhando exaustivamente para reverter essa situação”.

Marcelo Álvaro- Ministro do Turismo

Frase 3….

“O Fórum do Turismo não teve nenhum reunião ainda, é precisamos ouvir mais o setor também, que tem uma série de reivindicações. Desses 500 milhões que a Embratur quer investir, uma grande parte precisa ficar na publicidade interna. Além disso, é preciso criar subsídios para as companhias aéreas regionais, alinhando receptivo e hotéis junto ao ministério. Reunir operadoras para tarifas especiais, para termos um turismo interno forte. Estou disposto a criar isso e conto com a ajuda do Ministério do Turismo”.

Guilherme Paulus, é sócio-fundador da CVC

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