Natural de São Paulo, José Ronald Gonçalves Rosa Junior, ou apenas Ronald Rosa, como é mais conhecido em Bonito (MS), está sempre às voltas com novas ideias e envolvido em projetos que valorizam a cultura local e representam ganhos socioambientais.
Um exemplo recente é a colaboração no projeto do Museu Subaquático de Bonito. “Sei que um destino precisa se reinventar e, se temos tantas coleções de água cristalina, por que não fazer como em outros lugares e termos esculturas submersas?”, conta Ronald Rosa. A equipe da Nascente Azul entendeu este potencial e, hoje, a ideia está concretizada e a caminho de seguir se desenvolvendo, valendo-se da característica da água de Bonito, que cobre tudo com calcário e irá interagir com as obras ao longo do tempo.
Com amigos locais e junto à Secretaria de Turismo de Bonito e à Fundação de Turismo MS, Ronald está desde o ano passado desenvolvendo um novo projeto que deve colocar Bonito em evidência no mundo do audiovisual.
Médico veterinário formado pela FMVZ/USP, Ronald tem especialização em animais silvestres e educação ambiental atuando no Zoológico Quinzinho de Barros, em Sorocaba. Seu conhecimento com fauna e o fato de lidar com o público o levou a integrar em 1987 a equipe reunida pelo empresário e conservacionista Roberto Klabin para criar o primeiro projeto de ecoturismo no Brasil: o Refúgio Ecológico Caiman no Pantanal de Miranda.
Ao longo de 15 anos, participou do levantamento de área, fauna e criação de atividades e, após a implementação do projeto, atuou como guia até assumir a gerência geral, cargo no qual permaneceu até 2002. Ronald Rosa também teve a chance de colaborar ativamente na implantação do Projeto Arara Azul.
O trabalho na Caiman levou Ronald a Bonito: “após tanto tempo vivendo na natureza, retornar a viver em São Paulo não era uma opção”, conta. Ali, assumiu uma ONG chamada Brazil Bonito, que lidava com a questão do lixo. Educação ambiental em todas as escolas, oficinas de artesanato e ações ambientais o fizeram criar uma vasta rede de interação com os bonitenses. Paralelamente, Ronald atuou no turismo como intérprete para os primeiros grupos de estrangeiros junto aos guias, integrou conselhos municipais e nunca deixou de se dedicar à conservação ambiental.
Também junto a um grupo de guias amigos coordenou a GayBonito, uma ação de fomento ao mercado LGBTQIA+ de turismo. Durante seis anos, Ronald liderou a promoção de Bonito dentro da comunidade diversa e agências especializadas. Este movimento resultou na promulgação de lei municipal que protege a comunidade diversa residente e visitante de Bonito. Ali, discriminação por orientação sexual é crime.
Mais recentemente e a partir de um pedido do diretor do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Ronald ajudou a organizar uma expedição para importantes conservacionistas e entidades que acabaram por viabilizar a intenção de abrir o parque para visitação turística aos moldes dos passeios já oferecidos nas agências. Este esforço foi o que tornou possível existir uma estrutura adequada e guias treinados para guiar visitantes dentro do parque.
Ronald Rosa ainda é conhecido por ser artista, tendo criado um atelier empresa chamado Studio Muriqui. “Produzo peças digitais, artesanato e telas com tinta acrílica sob encomenda. Presto serviços de desenho para o projeto de conservação da anta brasileira, Bandeiras e Rodovias (Tamanduá Bandeira), Tatu-canastra, Onçafari e Projeto Arara Azul. A capacidade de desenhar animais com o conhecimento técnico é um diferencial de meu trabalho neste tema”, afirma.