O dia 04 de fevereiro de 1994 é o marco da passagem do sonho para sua concretização. Antônio Augusto Baracho, proprietário do engenho, tinha o desejo de produzir sua própria cachaça. Usou economias, fez testes e finalmente chegou ao destilado que é um dos mais famosos da Paraíba e premiados no Brasil e no mundo. O Engenho Triunfo hoje recebe turistas de todo o país e não só reúne uma estrutura para produção da cachaça, mas é também um parque que oferta lazer e opções de aventura.
O que é rotina no engenho é o aproveitamento. No processo de produção da cachaça, o bagaço da cana-de-açúcar é usado como combustível para as caldeiras. O que sobra, é vendido para ração de gado, cama de frango e adubo. Os recursos obtidos com essa transação são revertidos em benefícios para os colaboradores do engenho.
Com o dinheiro da venda do bagaço foi construído um refeitório e ofertado tratamento odontológico para 66 funcionários. Em 2010, com o apoio do SESI Campina Grande, foi erradicado o analfabetismo na empresa.
Washington França é funcionário da área administrativa do Engenho Triunfo desde 2017. Segundo ele, a empresa possibilitou crescimento profissional e elementos de autoconhecimento para evolução pessoal também.
A renda do bagaço da cana também fomenta a cultura da cidade de Areia, com incentivo a artistas locais e aos festivais gastronômico, de flores e de música.
Para a fabricação de uma cachaça de qualidade, é preciso que ela seja dividida em três partes no momento da destilação: cabeça, coração e calda. Cabeça e calda contêm elementos químicos que fazem muito mal à saúde. Só o coração é bom, mas com moderação. O Engenho Triunfo, por meio do engenheiro químico Thiago Henrique Baracho, transforma essas duas partes em álcool combustível para abastecimento dos carros da empresa, conseguindo economia para o engenho.
Na pandemia, o engenho deixou de produzir o álcool combustível e passou a produzir o álcool 70%, fazendo doação a 14 municípios da Paraíba e um do Rio Grande do Norte para auxiliar no processo de higienizado e combate à disseminação do vírus da Covid-19.
Preocupados com a natureza, os gestores do Engenho Triunfo construíram uma minifloresta com árvores de grande porte das espécies jequitibá rosa, umburana, castanheira, jaqueira, bálsamo e muitos ipês. A ideia foi plantar espécies que fossem as de barris usados no descanso da cachaça. Três mil mudas foram plantadas nessa ação com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Numa parceria com a Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia-PB, Atura, e a Universidade Federal da Paraíba, foram plantadas mudas de café gourmet. E adquiridas colmeias para o desenvolvimento da meliponicultura.
Sessenta e seis pessoas são contratadas pelo engenho diretamente, todas da cidade de Areia.
Maria Júlia Baracho, mulher do proprietário e diretora executiva do Engenho Triunfo, adianta que não pretende parar por aí. Deseja expandir o Engenho com mais possibilidades de lazer, sempre agregando o turismo sustentável a cada novo produto ou equipamento. “Sou profundamente feliz por chegarmos aos 30 anos da empresa. Não foi fácil. Precisamos atravessar muitos obstáculos e principalmente termos perseverança. Mas acredito no turismo colaborativo e no empenho de quem pensa na conquista de um resultado para todos, de ver as pessoas saindo daqui com vontade de voltar e divulgando a cultura de Areia pelo Brasil.”
Nesse dia 04 de fevereiro, houve um gesto de gratidão do Engenho Triunfo aos visitantes e colaboradores e durante o ano, eventos de comemoração pelas três décadas de atuação em Areia, na Paraíba.
São três décadas que serão comemoradas também por João Cardoso, auxiliar de produção do engenho. “Hoje o engenho representa muito para nossas vidas. Eu acredito na cultura e nos valores transmitidos pela empresa. O sentimento que fica é que juntos iremos mais longe e agradeço por fazer parte dessa linda história da cachaça Triunfo”, celebrou João.
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